sáb. maio 18th, 2024

Filme chegou nas telonas na última quinta-feira e conseguiu tirar Barbie do reinado nas bilheterias

Desde que foi anunciado, Besouro Azul, adaptação de quadrinhos da DC dentro da Warner Bros., gerou muito burburinho. Primeiramente por se tratar de um herói pouco conhecido do público, em segundo por ter personagens de origem latina e em terceiro por ser uma produção que prometia dar um novo ar dentro do DCU.

Contudo, o longa logo começou a sofrer com o baixo interesse do público em produções de super-heróis, com rumores de que o filme não iria entrar para a nova fase da DC comandada por James Gunn, que inclusive cancelou filmes já prontos para lançamento, com a greve dos roteiristas e atores que impossibilitou uma campanha de divulgação com premieres, publicidade e muito mais. Tudo isso fez o filme ser considerado um flop antes mesmo da estreia.

Mas agora que ele realmente está entre nós, qual a conclusão que temos? O longa realmente é um flop? As críticas são justificadas ou as pessoas estão levando as opiniões pre-julgadas muito ao pé da letra, e não seria bem assim? Vem conferir o que nós achamos da produção neste Claquete de Terça.

Indo direto ao ponto, temos que dizer que por aqui nem gostamos, nem odiamos o filme. Na realidade ficamos ali no meio-termo, conseguindo ver os pontos positivos e os negativos da produção, sendo que é isso que iremos pontuar aqui.

Começando pelos negativos, para tirar logo a casca da ferida, devemos dizer que o roteiro, que para nós é um dos pontos principais em qualquer filme, afinal trata-se literalmente da história que irá ser contada, deixou muito a desejar.

Se você já assistiu qualquer filme de super-herói, principalmente os inicias, que tem como função apresentar o personagem e seu mundo, então você já sabe a história de Besouro Azul. Infelizmente o roteiro não apresenta nenhuma novidade e segue basicamente a fórmula que já conhecemos, com todos os clichês do gênero e momentos que estão tão batidos e são uma das causas que nos deixaram cansados deste tipo de filme.

Nós entendemos que é difícil fugir do convencional, inventar algo totalmente novo, porém isso não é desculpa para nem mesmo tentar. O roteiro fica preso na segurança do conhecido e nem cogita mostrar algo diferente. Poderia usar o que tinha a seu favor, no caso um personagem que não era conhecido do grande público, para então sair da caixinha e apresentar um diferencial, algo que chamasse a atenção das pessoas e justificasse sua existência. Mas o que temos é a mesma história de sempre, com os mesmos momentos de sempre e os mesmo personagens de sempre.

E já que falamos de personagens, temos que falar dos vilões deste filme e infelizmente não é nada positivo. A atriz Susan Sarandon, um dos maiores nomes do elenco, se mostra uma vilã como outras tantas que temos por aí, com os mesmo propósitos, mas sem carisma nenhum. Parece que sua personagem, Victoria Kord, está com a mesma expressão em todas as cenas e não se destaca em momento algum. É como se Sarandon tivesse se contaminado com a mesmice do roteiro e deixado sua interpretação se levar pelo mesmo caminho. E o mesmo serve para seu principal capanga, que veste a camisa de fortão poderoso, com as mesmas falas caricatas e atitudes já esperadas.

E o outro ponto negativo que temos que destacar, é o fato do filme não conseguir furar a bolha da questão dos personagens latinos. Sim, temos um personagem principal que é latino, assim como seus familiares, que, aliás, são personagens usados para alívio cômico e questão de curso da trama que fazem sentido, mas tudo isso só quem é latino que irá se identificar. Não temos uma representação realmente forte, capaz de levar a cultura latino-americana para quem não é e conhece estes povos apenas por alguns esteriótipos. Não estamos criticando o que vimos desta questão dentro do filme, nós adoramos e nos identificamos, sendo extremamente importante termos este personagem dentro do universo de heróis, mas achamos que faltou alguma coisa para sair fora do que já era esperado.

Agora falando do que gostamos no longa, começamos com a direção, que se mostrou confiante e certeira em grande parte do filme, ao ponto de conseguir contornar as furadas que o roteiro acabou fazendo. Angel Manuel Soto vestiu a camisa do seu produto e defendeu fora das câmeras, mas dentro também, conseguindo construir momentos interessantes e conduzindo o elenco naquilo que ele gostaria de contar. Extremamente louvável e alguém para se ficar de olho nos próximos trabalhos.

E quem também merece nossa atenção nos futuros trabalhamos são a dupla de principais: Xolo Maridueña e Bruna Marquezine. Falando de Xolo, o que temos é um protagonista carismático, desenvolto em cena, que consegue conquistar nossa confiança logo de cara. O ator se mostra confortável em seu papel, indo da comédia até cenas mais dramáticas com facilidade e entregando exatamente o que se esperava dele enquanto personagem principal.

Já a brasileira Bruna Marquezine chega em Hollywood com pé direito. Nós já conhecemos o trabalho de Bruna, temos mais afinidade com sua interpretação, mas, falando de um filme internacional, que será visto nos quatro cantos do mundo e a estreia da atriz fora do Brasil, o que temos é algo realmente brilhante. Dá para ver que ela estava empenhada em seu papel, que queria desenvolver e apresentar sua Janny Kord da melhor forma possível, e ela conseguiu. Sua interpretação é realmente incrível e a construção narrativa da personagem rouba a cena. Com toda a certeza ela, junto com Xolo, é um dos pontos fortes da trama. Ponto para a brasileira!

No mais, o filme tem uma fotografia agradável, efeitos visuais ok, trilha sonora bem apresentada e uma edição arrumadinha, sem muitos furos e nada que afete o resultado final. No geral, a produção realmente não vem tendo um bom desempenho nas bilheterias, mas aqui no Brasil conseguiu se destacar, sendo que o fato de termos uma atriz brasileira estimulou o público a ir nos cinemas.

Apesar disso, no Rotten Tomatos a nota atual dos críticos é de 76% de aprovação e já recebou o selo Fresh com mais de 200 avaliações postadas. Uma nota extremamente alta, principalmente se formos levar em conta o desempenho dos últimos filmes de heróis lançados.

Dito tudo isso, nossa opinião é de que o Besouro Azul não é um filme revolucionário, é uma história que nós já conhecemos, mas vale a pena sim ser conferido.

Não temos que ir achando que vai ser o melhor lançamento de todos, que vai mudar a nossa vida, mas indo com o intuito de passar uma hora relaxando, curtindo o cinema e um filme legal, vale sim. E nós, como brasileiros, é importante mostrar apoio para uma atriz que está iniciando sua carreira internacional. No fim das contas, não vai fazer mal nenhum assistir o longa.

 

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